Quando chega o período de férias, muitos trabalhadores se perguntam se devem aproveitar o descanso integral ou optar pelo abono pecuniário, ou seja, “vender” parte dos dias de descanso.
Essa escolha pode trazer vantagens financeiras, mas também exige uma análise cuidadosa dos impactos no bem-estar e no planejamento financeiro.
Neste texto, vamos explicar o que é o abono pecuniário, como ele funciona e em quais situações ele pode valer a pena. Boa leitura!
O que é o abono pecuniário?
O abono pecuniário é o direito que o trabalhador tem de converter até um terço de suas férias em dinheiro. Isso significa que, ao invés de usufruir dos 30 dias de descanso, você pode vender até 10 dias para o seu empregador, recebendo o valor correspondente junto com o pagamento das férias.
Essa possibilidade está garantida pelo artigo 143 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pode ser solicitada pelo trabalhador até 15 dias antes de completar o período aquisitivo, ou seja, o prazo em que ele tem direito a tirar férias.
Como funciona o abono pecuniário?
A venda das férias é simples de entender. Quando você opta pelo abono pecuniário:
1. Você continua tirando férias de pelo menos 20 dias;
2. Os 10 dias “vendidos” são pagos em dinheiro, somados ao salário correspondente às férias e ao adicional de um terço garantido por lei;
3. Esse valor é pago antes do início do período de férias.
Por exemplo: vamos supor que seu salário mensal seja de R$ 3.000,00 e você decida vender 10 dias de férias.
1. Valor dos 10 dias vendidos: se você vender 10 dias, o valor será equivalente a R$ 1.000,00 (pois o salário mensal é de R$ 3.000, e o valor diário é R$ 3.000 ÷ 30 dias = R$ 100 por dia).
2. Adicional de 1/3 sobre os 10 dias vendidos: além do valor dos dias vendidos, o trabalhador tem direito a um adicional de 1/3 sobre o valor desses 10 dias. Então, 1/3 de R$ 1.000 é R$ 333,33. Então, ao vender 10 dias de férias, o total a ser recebido seria: R$ 1.000,00 + R$ 333,33 = R$ 1.333,33.
3. Valor proporcional aos 20 dias restantes de férias: agora, para os 20 dias restantes das férias, o trabalhador continuará recebendo a totalidade dos dias de descanso. Nesse caso, os R$ 2.000,00 (20 dias de férias) virão acompanhados do adicional de 1/3, o que soma R$ 666,67.
Ou seja, o total para as férias de 30 dias seria:
• R$ 1.000,00 pelos 10 dias vendidos.
• R$ 333,33 de adicional sobre os 10 dias vendidos.
• R$ 2.000,00 pelos 20 dias restantes.
• R$ 666,67 de adicional sobre os 20 dias restantes.
Total a ser recebido pelas férias: R$ 1.000,00 + R$ 333,33 + R$ 2.000,00 + R$ 666,67 = R$ 4.000,00.
Leia também: Como funciona o pagamento das férias?
Vale lembrar que, quando o salário é pago por hora, tarefa ou comissão, o cálculo da base salarial leva em conta a média dos rendimentos do período aquisitivo ou dos últimos 12 meses, conforme o caso.
O pagamento referente ao abono pecuniário deve ser realizado até 2 dias antes do início das suas férias, para que você possa aproveitar esse tempo de descanso com tranquilidade financeira.
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Vale a pena vender as férias?
A decisão de vender parte das férias depende de sua situação financeira e prioridades pessoais. Vamos analisar as vantagens e desvantagens:
Vantagens do abono pecuniário
• Aumento na renda: vender parte das férias pode ser uma solução para equilibrar o orçamento, investir ou quitar dívidas;
• Flexibilidade financeira: o dinheiro extra pode ser útil em momentos de maior necessidade, como em gastos com educação, saúde ou emergências;
• Preservação de parte do descanso: você ainda terá 20 dias para descansar, o que pode ser suficiente para recarregar as energias.
Desvantagens do abono pecuniário
• Redução do tempo de descanso: abrir mão de 10 dias de férias pode afetar sua saúde física e mental, especialmente se você trabalha em ambientes estressantes;
• Impacto na produtividade: menos tempo de férias pode resultar em cansaço acumulado, prejudicando seu desempenho no trabalho;
• Gastos impulsivos: se não houver um planejamento financeiro, o dinheiro extra pode ser gasto de forma desorganizada, sem benefícios a longo prazo.
Então, quando o abono pecuniário pode ser uma boa escolha?
Listamos algumas situações em que o abono pecuniário pode ser benéfico de acordo com o seu momento:
• Quitar dívidas: caso você tenha dívidas com altos juros, o dinheiro extra pode ajudar a reduzir esses custos;
• Investimentos: utilizar o valor para poupar ou investir pode trazer retornos financeiros no futuro;
• Planejamento familiar: o abono pode complementar a renda em períodos de despesas sazonais, como início de ano ou festas de fim de ano.
Por outro lado, se você sente que precisa de um descanso mais longo para se recuperar do cansaço do trabalho, talvez seja melhor aproveitar os 30 dias de férias.
Como solicitar o abono pecuniário?
Se você decidiu vender parte das férias, o processo é simples:
1. Informe sua intenção por escrito ao seu empregador;
2. Faça isso com pelo menos 15 dias de antecedência ao término do período aquisitivo;
3. Aguarde a aprovação e o pagamento do valor junto com as férias.
Lembre-se de que o abono pecuniário é um direito, mas sua concessão pode depender de prazos e procedimentos internos da empresa.
O abono pecuniário pode ser uma estratégia interessante para reforçar sua renda, mas é importante avaliar o impacto no seu descanso e na sua qualidade de vida. Coloque na balança suas necessidades financeiras e sua saúde mental antes de tomar a decisão.
Se estiver em dúvida, busque o apoio de especialistas financeiros ou converse com seu empregador para entender como essa escolha pode se encaixar em seu planejamento.
E você, já considerou vender parte das férias? Avalie suas prioridades e faça a escolha que mais se encaixa às suas necessidades.
E se você está pensando em vender parte das férias pela questão financeira, vale pensar em algumas opções de empréstimo que possam combinar com sua realidade. Quer saber mais?