Nos investimentos, entender os principais indexadores financeiros relacionados à taxa básica de juros (Selic) e à inflação é essencial para tomar decisões mais rentáveis e estratégicas.
Esses índices desempenham um papel fundamental ao determinar o rendimento e o comportamento de diferentes tipos de aplicações financeiras na renda fixa e também são parâmetros de comparação para rendimentos na bolsa de valores.
Neste conteúdo, exploraremos os principais indexadores utilizados no mercado financeiro, destacando como eles influenciam desde investimentos de renda fixa até variáveis. Leia até o final e descubra como eles podem impactar suas escolhas de investimento.
O que são indexadores financeiros e qual a sua importância?
Os indexadores financeiros são índices, valores ou taxas utilizados como referência para calcular o rendimento ou a correção de determinados investimentos do mercado.
Geralmente, eles estão ligados à taxa básica de juros (Selic) ou a algum índice inflacionário. Falaremos mais em detalhes sobre isso no decorrer do artigo.
Assim sendo, eles desempenham um papel crucial ao proporcionar uma base objetiva para ajustar valores ao longo do tempo, refletindo condições econômicas e financeiras.
Resumidamente, sua importância reside em:
- Padronização e transparência: permitem que investidores e instituições financeiras tenham uma referência clara para calcular e comparar o desempenho de investimentos.
- Correção monetária: ajudam a proteger o poder de compra dos investimentos ao ajustar valores por índices de inflação, garantindo que os retornos reais sejam preservados no caso deste tipo de indexador e se o investimento for levado até o vencimento.
- Determinação de taxas de juros: influenciam diretamente as taxas de juros de investimentos como CDBs, debêntures e financiamentos, pois muitas vezes estão atrelados a esses índices.
- Acompanhamento do mercado: servem como indicadores econômicos, refletindo o desempenho de setores específicos ou da economia como um todo, auxiliando na análise de tendências e no planejamento estratégico.
- Diversificação de investimentos: permitem diversificar riscos ao escolher investimentos atrelados a diferentes indexadores, adaptando-se a diferentes cenários econômicos e de mercado.
O que são a indexação e a desindexação da economia?
Quem passa a ler ou consumir mais conteúdos da área financeira também se depara com termos derivados dos indexadores, isto é, a indexação e desindexação da economia.
De modo simplificado:
- Indexação: processo pelo qual preços, salários, contratos financeiros e outros valores são ajustados automaticamente com base em um índice de referência, como a inflação ou uma taxa de juros específica. Isso visa proteger os valores reais contra a erosão causada pela inflação, mantendo seu poder de compra ao longo do tempo.
- Desindexação: remoção da indexação em contratos e preços. Isso pode ser feito como uma medida econômica para controlar a inflação, reduzir distorções nos preços relativos e aumentar a flexibilidade econômica. A desindexação envolve substituir mecanismos de ajuste automático por negociações diretas entre as partes envolvidas.
Portanto, eles estão mais relacionados às interações econômicas entre as pessoas, empresas, entidades e o governo.
No mundo dos investimentos, os indexadores tem função semelhante e é isso que vamos aprender agora.
Quais são os principais indexadores na Renda Fixa?
Como dito anteriormente, os principais indexadores da economia são relacionados à taxa Selic, definida pelo Banco Central a cada 45 dias, ou a algum índice de inflação, como o IPCA ou o IGP-M.
Selic ou Taxa DI
A taxa Selic e a taxa DI são amplamente consideradas indexadores financeiros devido ao seu papel fundamental no mercado financeiro brasileiro de servir como referência para calcular rendimentos de diversos tipos de investimentos de renda fixa.
A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.
Já a Taxa DI, ou Certificado de Depósito Interbancário (CDI), é uma taxa de juros utilizada nas operações entre bancos para empréstimos de curtíssimo prazo, geralmente um dia útil.
Como indexador, a Taxa Selic é utilizada principalmente em investimentos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs e empréstimos. Para as debêntures, utiliza-se mais o CDI.
IPCA
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) pode ser considerado um indexador financeiro por sua função de medir a inflação oficial no Brasil.
Ele funciona como um indexador, pois serve para:
- Mensurar a inflação.
- Ser referência para a correção de valores, contratos e aplicações (isso inclui Certificados de Recebíveis, títulos públicos indexados ao IPCA, como as NTN-Bs, financiamentos imobiliários e alguns fundos de investimento).
Então, os investimentos indexados ao IPCA oferecem uma forma de proteção contra a perda do poder de compra ocasionada pela inflação.
IGP-M
O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) também pode ser considerado um indexador financeiro, comumente utilizado como corretor inflacionário.
O índice é calculado mensalmente e mede a variação de preços de uma cesta de bens e serviços mais ampla do que o IPCA, incluindo preços no atacado, no varejo e de custo da construção civil.
Sua aplicação como indexador é semelhante ao IPCA, mas com algumas peculiaridades. Assim como o IPCA, o IGP-M é amplamente utilizado como indexador em contratos, investimentos e aplicações financeiras.
Ele é frequentemente utilizado para reajustar valores e rendimentos ao longo do tempo, especialmente em contratos de aluguel, financiamentos imobiliários, alguns títulos de dívida privada e outros investimentos.
Contudo, o IGP-M pode apresentar variações mais acentuadas em comparação com o IPCA. Isso pode impactar a rentabilidade e a correção de valores em investimentos que seguem a variação desse índice.
Como criar uma estratégia de investimentos com os indexadores econômicos?
Criar uma estratégia de investimentos utilizando indexadores econômicos envolve entender como esses índices impactam os retornos dos seus investimentos
1. Entenda os indexadores disponíveis
Familiarize-se com os principais indexadores econômicos disponíveis, como a Taxa Selic, CDI, IPCA, IGP-M, entre outros. Cada um desses índices pode influenciar diferentes tipos de investimentos de maneiras distintas.
2. Identifique seus Objetivos Financeiros
Defina seus objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo. Isso inclui considerar o horizonte de tempo do investimento, o nível de risco que você está disposto a aceitar e a necessidade de liquidez.
3. Escolha entre Pré e Pós-Fixados
Os prefixados são investimentos onde a taxa de retorno é determinada na hora da aplicação (compra do título) e permanece sem mudanças até o final do prazo. Isso oferece previsibilidade de retorno, ideal para quem busca segurança e estabilidade.
Já os pós-fixados são aqueles em que a rentabilidade está atrelada a um indexador econômico, como a Taxa DI ou IPCA. Isso permite que os retornos acompanhem as variações do mercado, proporcionando uma proteção contra a inflação e um potencial de ganho maior em períodos de alta dos índices.
4. Diversificação e acompanhamento
Por fim, distribua seus investimentos entre diferentes tipos de ativos e indexadores para reduzir riscos específicos e aproveitar oportunidades de crescimento em diferentes cenários econômicos.
Por exemplo, você pode considerar investir em CDBs pré-fixados para garantir uma taxa de retorno específica e em títulos públicos indexados ao IPCA para proteger seu capital contra a inflação.
Além disso, acompanhe as condições da economia brasileira com regularidade para antecipar cenários e criar estratégias mais rentáveis para o seu perfil de investidor.
Em suma, criar uma estratégia de investimentos com indexadores econômicos envolve conhecer suas opções, definir objetivos claros e diversificar seus investimentos de maneira inteligente para maximizar retornos e gerenciar riscos.
Importante: os instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Qualquer informação contemplada neste material deve ser confirmada quanto às suas condições, antes da conclusão de qualquer negócio. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. O Banco Santander (Brasil) S. A. (“Banco Santander”) não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo.