A poupança é uma das aplicações mais conhecidas pelos brasileiros para guardar dinheiro. Com sua simplicidade e menor risco, ela atrai tanto iniciantes quanto aqueles que preferem uma alternativa fácil para sua reserva de emergência.
Mas você sabe quanto realmente rende um valor aplicado na caderneta? Entender os cálculos de rendimento permite avaliar se essa escolha está alinhada aos seus objetivos financeiros.
Neste conteúdo, vamos explorar quanto R$ 100 mil aplicados na poupança podem render ao longo de diferentes períodos, com base nas regras atuais, especialmente quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano. Vamos lá?
Qual é o rendimento da poupança hoje?
O rendimento da poupança depende de duas variáveis: a Selic, que é a taxa básica de juros da economia, e a Taxa Referencial (TR), um índice calculado pelo Banco Central.
- Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano: a poupança rende 0,5% ao mês + TR. Nesse caso, o rendimento é fixo e relativamente previsível.
- Quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano: o rendimento passa a ser 70% da Selic + TR, tornando o retorno mais variável, conforme as mudanças da taxa Selic.
Mas o que é a TR? A Taxa Referencial é um índice usado para corrigir alguns investimentos, como a poupança. Hoje, ela está bem próxima de 0%, o que significa que não afeta muito significativamente o rendimento da poupança.
O rendimento da poupança é isento de Imposto de Renda?
Sim, o rendimento da poupança é isento de Imposto de Renda para pessoas físicas. Isso significa que todo o valor que você ganha com os juros é seu, sem descontos tributários.
Essa isenção é uma das principais vantagens da caderneta , tornando-a atrativa para quem busca liquidez e deseja evitar impostos sobre o retorno do investimento.
No entanto, é importante avaliar se o rendimento atende aos seus objetivos financeiros, já que ele costuma ser mais baixo em comparação a outras alternativas de investimento.
Quanto rendem R$ 100 mil na poupança por ano e por mês?
Como vimos, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês + a TR.
Fazendo um exercício teórico com a TR em 0, o rendimento é de 0,5% ao mês ou aproximadamente 6,17% ao ano (juros compostos), temos:
- Rendimento mensal: 100.000 × 0,005 = R$ 500
- Rendimento anual: 100.000 × (1+0,005)12 = R$ 6.167,78
Portanto, 100 mil reais na poupança rendem R$ 500 por mês, cerca de R$ 6.167,78 por ano. Perceba que não basta apenas multiplicar os 500 reais mensais por 12, pois devemos incorporar a lógica dos juros compostos.
Quanto rende a poupança no curto e longo prazo?
Com o mesmo raciocínio, podemos fazer o cálculo do rendimento de R$ 100 mil, R$ 1 milhão ou qualquer outro valor na poupança em diferentes períodos, usando a matemática financeira dos juros compostos.
Aqui estão os rendimentos de R$ 100 mil na poupança com a Selic acima de 8,5% ao ano e TR = 0, desde que nenhum outro aporte seja feito:
- 2 anos: R$ 112.714,32
- 5 anos: R$ 134.880,05
- 10 anos: R$ 181.926,29
- 20 anos: R$ 330.971,74
- 30 anos: R$ 602.124,59
Nestes resultados, os valores incluem o capital inicial e os juros compostos acumulados ao longo do período.
Lembrando que as informações presentes neste conteúdo são baseadas em simulações realizadas no Simulador de Rendimento da poupança da Mobills e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes, dadas as condições de mercado e oscilações da TR.
Como investir R$ 100 mil além da poupança?
Se você deseja investir R$ 100 mil além da poupança, há diversas alternativas em Renda Fixa, Bolsa de Valores e Fundos que podem oferecer melhores rendimentos e mais diversificação.
Eis alguns exemplos:
1. Renda Fixa
A Renda Fixa oferece títulos públicos e privados com rendimentos fixos ou atrelados a indexadores financeiros, tais como:
- CDBs (Certificados de Depósito Bancário): são títulos emitidos por bancos, com rendimentos que podem ser prefixados, pós-fixados (atrelados ao CDI) ou híbridos (CDI + taxa fixa).
- LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio): isentas de imposto de renda para pessoas físicas e protegidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos)¹.
- Tesouro Direto: inclui títulos do governo como o Tesouro Selic (ideal para liquidez diária), Tesouro Prefixado (para quem deseja saber o rendimento final) e Tesouro IPCA+ (que protege contra a inflação).
2. Bolsa de Valores
A Bolsa de Valores traz produtos para os investidores de perfil arrojado que buscam maior rentabilidade e renda passiva. Os principais são:
- Ações: investir em empresas listadas pode oferecer altos retornos no longo prazo, mas exige estudo e tolerância ao risco.
- ETFs (Fundos de Índice): são Fundos que replicam índices como o Ibovespa. Representam uma forma prática e de baixo custo para começar na Bolsa com diversificação simplificada.
- BDRs (Brazilian Depositary Receipts): permitem investir indiretamente em empresas estrangeiras sem mandar dinheiro para fora do Brasil.
- Fundos Imobiliários (FIIs): investem em imóveis ou papéis do setor imobiliário, oferecendo rendimentos regulares (dividendos) e possibilidade de ganho com valorização das cotas.
3. Fundos de Investimento
Os Fundos são procurados por quem deseja diversificar sua carteira de investimentos com a ajuda de gestores profissionais. As principais classes são:
- Fundos de Renda Fixa: reúnem recursos de vários investidores para aplicar em títulos seguros, como Tesouro Direto, letras de crédito e CDBs.
- Fundos Multimercados: aplicam em diferentes ativos (Renda Fixa, ações, câmbio, etc.), buscando maior rentabilidade com um pouco mais de risco.
- Fundos de Ações: criam carteiras de ações nacionais e internacionais para gerar retorno a longo prazo para seus cotistas com a exposição a empresas de capital aberto.
Assim sendo, essas alternativas permitem diversificar seu investimento de acordo com seus objetivos, tolerância a riscos e prazo desejado.
Para terminar, avalie seu perfil de investidor e, se necessário, consulte um Assessor de Investimentos ou gerente da sua conta para ajudar na escolha da melhor alocação para seu perfil e metas financeiras.
Importante: os instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Qualquer informação contemplada neste material deve ser confirmada quanto às suas condições, antes da conclusão de qualquer negócio. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. O Banco Santander (Brasil) S. A. (“Banco Santander”) não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo.
¹O FGC garante até R$ 250 mil do total de créditos elegíveis contra o Santander e instituições do mesmo conglomerado financeiro. A garantia é concedida por CPF/CNPJ e, no caso de contas ou investimentos conjuntos, o valor é dividido entre correntistas ou investidores. A relação de créditos elegíveis com cobertura do FGC encontra- se no Anexo II, Art. 2º, da Resolução 4.222/13 do Conselho Monetário Nacional. Depósitos e investimentos realizados após 21 de dezembro de 2017 possuem o teto de R$ 1 milhão por CPF/CNPJ a cada período de 4 anos consecutivos.