Se você está começando a se aventurar no mundo dos investimentos, provavelmente já ouviu falar sobre a "taxa de juros nominal" e a "taxa de juros real". Durante o primeiro semestre de 2023, por exemplo, muito se tem debatido sobre os juros no Brasil, se a Taxa Selic está mais alta do que devia.
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, é um programa onde os títulos do tesouro direto são comprados e vendidos pelas principais instituições financeiras.
Mas, afinal, o que são esses conceitos e como você pode investir nessa taxa de juros real? A ideia do texto a seguir, é explicar forma clara e acessível esses conceitos, além de fornecer os princípios básicos dos investimentos.
O que é a Taxa de Juros Real?
A taxa de juros é um dos conceitos fundamentais da economia e dos investimentos. Ela representa o custo do dinheiro, ou seja, o preço que se paga para utilizar recursos financeiros de terceiros. A taxa de juros real, por sua vez, é a taxa já descontada da inflação. Em outras palavras, é a taxa que considera a variação dos preços ao longo do tempo, permitindo entender qual será o ganho real do investimento, descontado o efeito da inflação.
A fórmula para calcular a taxa de juros real é simples:
Taxa de Juros - Taxa de Inflação = Taxa de Juros Real.
É importante lembrar que investimentos que não superam a taxa de inflação resultarão em ganhos reais negativos, ou seja, os investimentos que não superam a taxa de inflação estão perdendo poder de compra ao longo do tempo.
Diferença entre Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real
• Nominal: na hora de você fazer um investimento, o banco vai dizer qual a taxa de juros que será aplicada naquele ativo ao longo do tempo. Em outas palavras, é a rentabilidade prometida na descrição, é o que está escrito no contrato. Porém, é preciso atenção, pois a inflação do período da aplicação só será conhecida no futuro e não dá para fazer essa conta no momento da contratação.
• Real: são os juros já ajustados com a taxa da inflação que está impactando o investimento e a moeda no geral em determinado período. É o valor da rentabilidade, menos a taxa de algum índice de preços (como o IPCA) durante o prazo em que o seu dinheiro esteve aplicado.
A principal diferença entre esses dois conceitos está na consideração da inflação. A taxa de juros nominal é a taxa divulgada, não descontando o efeito da inflação, enquanto a taxa de juros real é aquela que leva em conta a variação dos preços no período, mostrando o verdadeiro ganho ou perda de poder de compra do dinheiro investido.
Como investir e se proteger da inflação?
É possível investir em produtos com rentabilidade atrelada à Selic para proteger seu patrimônio da erosão causada pela inflação e obter ganhos reais. Porém, é preciso entender que, para calcular o rendimento real, deve-se descontar a inflação. Aqui estão algumas opções de investimentos que podem estar alinhadas com a taxa de juros real:
1 - Tesouro Direto: títulos públicos do governo, que oferecem opções de investimentos atreladas à inflação, como o Tesouro IPCA+.
2 - CDBs (Certificados de Depósito Bancário): alguns CDBs possuem rentabilidade vinculada à inflação, sendo uma alternativa para investir na taxa de juros real.
3 - LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio): investimentos isentos de Imposto de Renda, que podem ter rendimentos atrelados à inflação.
4 – Crédito Privado (CRI, CRA e Debêntures): emissões de crédito de empresas indexados a inflação, são uma opção que oferecem juros com ganho real, e geralmente, uma taxa pré fixada (IPCA+) e, CRI, CRA e Debêntures incentivadas ainda possuem o benefício de isenção fiscal.
5- Fundos de crédito privado: carteiras que detenham 50% ou mais do patrimônio líquido investidos em CRI, CRA, Debentures e Debentures incentivadas (fundo infraestrutura) podendo possuir o mesmo benefício de isenção fiscal.
6 - Ações de setores estáveis e estratégicos: investir em ações de empresas que possuem maior estabilidade em períodos de inflação alta pode ser uma estratégia para preservar o poder de compra.
Princípios Básicos dos Investimentos
Antes de investir em qualquer tipo de investimento, é essencial conhecer alguns princípios básicos dos investimentos:
• Planejamento financeiro: estabeleça metas claras e um plano para alcançá-las. Tenha um orçamento controlado e evite dívidas desnecessárias.
• Diversificação: não coloque todos os ovos em uma única cesta. Distribua seus investimentos em diferentes ativos para reduzir riscos e aumentar as chances de retorno.
• Período de investimento: defina o prazo que pretende manter o investimento. Algumas opções são mais indicadas para o curto prazo, enquanto outras são mais vantajosas a longo prazo.
• Perfil de investidor: um direcionamento que é feito para cada investidor, que mostra as suas preferências em relação a objetivos e tolerância a riscos do mercado. Em geral, é identificado através de um questionário. O investidor responde algumas perguntas e entende quais os riscos que está disposto a correr ao entrar em uma aplicação de recursos.
Invista com segurança
Investir na taxa de juros real pode ser uma estratégia inteligente para proteger seu dinheiro da inflação e obter ganhos reais. Compreender a diferença entre a taxa de juros e a taxa de juros real é fundamental para tomar decisões financeiras mais embasadas.
Lembre-se sempre dos princípios básicos dos investimentos: planejamento, diversificação, período de investimento e busca por informações.
Se quiser investir, consulte um profissional financeiro, estude as opções disponíveis e mantenha-se atualizado sobre o cenário econômico para tomar decisões mais acertadas em seus investimentos. Com essas informações, você está pronto para dar os primeiros passos no mundo dos investimentos e buscar melhores oportunidades para fazer seu dinheiro crescer ao longo do tempo.